segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O escritor

Sentado em uma poltrona de madeira que já estava há anos naquele alpendre, lia calmamente o jornal. Apesar de ainda não ter passado o final da tarde, calçava chinelos de dormir. Seus cabelos, os poucos que restavam no topo da cabeça, estavam cuidadosamente penteados para o lado. Um gato preto se espreguiçava no chão, ao seu lado.

Dava para vê-lo perfeitamente da rua. Dava pra imaginar a casa por dentro, não devia ter mudado nada: uma sala, uma mesa coberta de jornais empoeirados, a pouca luz que conseguia entrar pelas venezianas. Ele me viu, e acenou. Gostaria de ter tido uma câmera para registrar o momento: Vilela, em toda a sua simplicidade.

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