Na terça-feira (7 de fevereiro) os usuários da rede global celebram o Dia Internacional da Internet Segura. Desta vez essa data é acompanhada pelo acalorado debate sobre a censura e a luta pelos direitos autorais e a liberdade de expressão na Internet. E as discussões acontecem nos níveis mais altos. Os analistas já falam sobre a luta pela re-divisão do "sétimo continente" ainda não conquistado. A Rússia celebra o Dia Internacional da Internet Segura com fóruns onde são planejadas conferências para a troca de experiências, e exposições.
Os usuários comuns têm a Internet como parte da vida cotidiana, ao nível de eletrodomésticos – ao passo que, na realidade, há muito que o "continente virtual" se tornou parte dos interesses da alta política. Isto não é surpreendente: a “população” da rede global vem crescendo a cada ano, e com isso aumenta também a possibilidade de influenciá-la, diz um especialista em inteligência competitiva, professor Evgeny Yushchuk:
– Inicialmente a internet se tornou um meio para os amantes da liberdade, das pessoas que ignoram muitas leis. Hoje na web são criados serviços eletrônicos estatais, o governo eletrônico – o que, na essência força muitas pessoas a usarem a rede global. Já as regras dos pioneiros da Internet entram em conflito com as regras da nova população.
São diametrais as discordâncias nas opiniões sobre quais as leis que a população do mundo virtual deve se sujeitar. Tanto é que no encontro de cúpula da OSCE de Dezembro, em Vilnius, a secretária de Estado norte-americano Hillary Clinton apresentou uma Declaração sobre as liberdades fundamentais na era digital. Como disse Clinton, "liberdades fundamentais – liberdade de expressão, liberdade de reunião pacífica, liberdade de associação e religião – são aplicáveis à conversa no Twitter, uma reunião organizada por um grupo no Facebook, nada menos do que demonstrações públicas". A Rússia e outros países têm bloqueado o documento. O ministro dos Negócios Estrangeiros Serguei Lavrov classificou o documento como sendo um exemplo dos "padrões duplos".
Ao mesmo tempo em que fala sobre os direitos na rede global Washington apresenta ao seu próprio Congresso os projetos de lei “antipirataria" SOPA (Stop Piracy Act Online) e Pipa (Protect Act IP). Essas leis permitem que, por determinação do tribunal, desativar qualquer recurso suspeito de distribuição de conteúdo pirata – mesmo se o proprietário do serviço não estiver envolvido com a distribuição. Já as autoridades aduaneiras têm o direito de inspecionar todas as mídias – laptops, telefones e outros dispositivos. Caso o arquivo seja suspeito será confiscado e o proprietário recebe uma grande multa. Uma lei semelhante é preparada pelos parlamentos dos países europeus. Apenas com nome diferente – ACTA (The Anti-Counterfeiting Trade Agreement).
Leis como essas recebem o apoio de parte significativa das organizações que possuem os direitos de propriedade intelectual. Enquanto os usuários comuns da web, e empresas de Internet de grande porte como Google, Twitter e Wikipédia se opõem a estas medidas – as novas leis permitem às autoridades, sob o pretexto de procurar material pirata controlar toda a atividade de tráfego e usuário – e, de fato, estabelecer a censura na Internet. Quem vai controlar as ações das autoridades?
Estes acontecimentos dramáticos – elementos do novo processo – Internet-colonialismo. Disso está convencido o especialista em investigação competitiva Andrei Masalovich. Alguns países querem controlar esse continente – e decidiram colonizá-lo instalando ali as suas regras do jogo. Hoje a informação, como recursos da Internet – é mais preciso do que ouro e petróleo. É justamente por causa deles que se desenrola uma verdadeira guerra.
Texto: Voz da Rússia
Nenhum comentário:
Postar um comentário